30/08/2008

WanderLust, Bjork

I am leaving this harbour
Giving urban a farewell
Its habitants seem to keen on God
I cannot stomach their rights and wrongs

I have lost my origin
And I don't want to find it again
Whether sailing into nature's laws
And be held by ocean's paws

Wanderlust! relentlessly craving
Wanderlust! peel off the layers
Until we get to the core

Did I imagine it would be like this?
Was it something like this I wished for?
Or will I want more?

Lust for comfort
Suffocates the soul
Relentless restlessness
Liberates me (sets me free)

I feel at home

Whenever the unknown surrounds me
I receive its embrace
Aboard my floating house

Wanderlust! relentlessly craving
Wanderlust! peel off the layers
Until we get to the core

Did I imagine it would be like this?
Was it something like this I wished for?
Or will I want more?

Wanderlust! from island to island
Wanderlust! united in movement
Wonderful! I'm joined with you

Wanderlust!

Can you spot a pattern?

(relentlessly restless)

Can you spot a pattern?
Can you?

Um OVNI Na Póvoa do Varzim

A programação do Festival Músicas do Mar escolheu os "Dengue Fever" para o cartaz deste ano. O concerto foi ontem, no passeio marítimo da Póvoa do Varzim com entrada gratuita.
Fui ver e gostei. E a "Quarteira" do Norte lá respondeu, com umas centenas de pessoas a assistir. Não deixou de ser um espectáculo estranho, ver aquela banda, naquele sítio. Mas é assim que imagino o futuro e os Dengue Fever fazem de certeza parte desse futuro!

27/08/2008

11th Hour

Mais um documentário a lembrar o que se pode, ainda, fazer para que não seja tarde demais...

25/08/2008

Cães aos Círculos

E este chico/Caetano fez-me lembrar que por vezes parecemos cães aos círculos. Damos voltas e voltas para encontrar o sítio certo. O Chico e o Caetano são um dos meus sítios certos.
E já agora uma homenagem a dois músicos que encontraram o cão dentro do círculo:

Cães aos círculos

O Sim diz-se assim:

17/08/2008

Já é tempo de largar as cordas e zarpar....



Herberto Helder descrito numa e-magazine brasileira.
Vale a leitura!
(Ver as entradas anteriores: sereias II III e IV)

Sereias IV

E para terminar: (...)É nesse sentido que, de algum modo, a poesia de Herberto Helder passa a ser exemplar para a literatura portuguesa, para língua e para a cultura do canto de Camões, a do “Eu canto ao peito ilustre lusitano”, mostrando que tal canto, tal peito, e tal lusitano serão tanto mais ilustres quanto mais puderem, cada qual, abandonar seus dilemas, suas lembranças imperiais, seus ressentimentos e pretensões histórico-colonizadores, lançando-se à abertura sedutora dos cantos das Sereias universais, não para inferiorizá-los, não para abandoná-los tão logo os tenha ouvido, mas como abertura sem fim, capaz de ajudar a diluir, em sua potência descentralizadora, em sua miscigenação ibérico-católico-tribal, as muitas outras forças bélicas que tentam, hoje, inviabilizá-la, dotando-a, a literatura de língua portuguesa, de velhas e novas incursões expansivas, não mais imperiais, mas como nome que detém o seu próprio canto fabuloso e amoroso. (...)

Sereias III

Sobre Herberto Helder e ainda as sereias...
(...) Para tanto, sua poesia recusa tapar os sentidos, não se engana com tolices de estratégias infantis, como a de Ulisses, com o uso da cera, pois sabe que o devir mundo, que o devir exterioridade, que o devir Sereia, vale dizer lúdico, estético, artístico, poemático, não têm que se condicionar e se limitar a objetivos e a determinismos econômicos, culturais, familiares, acadêmicos, uma vez que o canto, o canto que encanta, o canto da sedução, que seduz e é seduzido, a um tempo, deve crescer “tomando tudo em seu regaço”, deve, enfim, crescer e se embriagar de vinhos gerais, de sentidos gerais, sem auto-ilusão, sem fracos argumentos de ceras no ouvido, uma vez que a dignidade de sua presença está na proporção da sua abertura auditiva; uma abertura que, mais que ser reduzida e deslibidinizada por objetivos prisionais, como o de ter que se amarrar em mastros, como o de prender-se a uma única família afetiva, mesmo que esta família seja a humanidade inteira, enfim, mais que se limitar a subjetividades e a identidades particulares, sua abertura as envolve também, as inclui, pois sabe que mesmo os mastros fálicos fazem parte da exterioridade e o melhor caminho para deslocar a sua pretensão imperial constitui o de transformá-los em exterioridades entre outras, para além e para aquém de quaisquer formas de exclusividade, diluindo-os, assim, na trama infinita de uma infinidade de outros afetos mundanos.(...)

Canto das Sereias II

(...) Ter que ser amarrado para ouvir - e ao mesmo tempo para evitar a sedução das sereias -, antes de tudo, mais do que a epopéia de uma força de vontade, como sugere a narrativa de Homero, evidencia a covardia de uma vontade que pretende recusar à multiplicidade de mundos no mundo, para fechar-se apenas no mundo da razão instrumental, esta que não conhece senão a façanha de sua vontade de colonizar, ignorar, matar, explorar, enganar, em nome do império de poucos, em nome de nomes próprios, de sangues azuis, de uma genealogia de poucos acantonados em seus próprios impróprios poderes, hierarquias, domínios, vantagens, privilégios:(...)

Um pouco do texto, sobre Herberto Helder, tirado daqui: Agulha.
Mais: (...)Em termos contemporâneos, perder os cheiros do mundo, perguntar sobre o vinho, o vinho?, constitui uma espécie paradoxal de despiste, um jogo de cena, a que chamamos hoje de negociação, e cujo paradigma continua sendo a exemplaridade da versão homérica do mito das Sereias, em Odisséia, cuja divisa pressuposta é: para poder ouvir o canto das sereias, vale dizer, para negociar com o canto das diferenças, é mister ouvir sem se seduzir pela potência perturbadora do canto alheio, do canto da diversidade, configurando o modelo de uma negociação hipócrita, porque continua amarrada em seu lugar, em sua própria identidade, em sua própria visão de mundo, em seu próprio modelo civilizatório de gênero, de etnia, de classe, de antropocentrismo, vale dizer, continua amarrado no modelo dominante da heterossexualidade patriarcal, monogâmica, publicitária, plutocêntrica, antropocêntrica, anglo-saxônica, sendo, portanto, uma negociação que apenas negocia a si mesma, que usa e abusa das polifonias alheias para melhor afirmar a sua monotonia imperial, que lembra das diferenças de cultura, de civilizações, de devires outros, para esconjurá-los do quotidiano, do dia-a-dia; que lembra, enfim, porque esqueceu de vivê-las, de experimentá-las, sem mastros e sem farsantes negociações, porque está morto e já não pode ser senão ritual de lembranças, como sugere a continuação do mesmo poema de Herberto Helder:"Então lembrarei a vermelha resina, o espesso/ murmúrio do sangue./o acre e sobrenatural aroma das acácias./Tentarei encontrar uma forma. Guitarras pensarão a alegrias noturnas./Com beijos antigos um momento ainda queimarei/o corpo solitário da amada, direi palavras de uma ternura de azêbre./Uma lua partida penderá do meu sexo morto/ e uma vez mais me perderei, dizendo: o vinho?/ Rosa a rosa murcharão meus ombros"

15/08/2008

You, and me, and the devo, makes three...

As Sereias....

"Escuta agora o que vou dizer-te; aliás, um deus de novo te recordará isso mesmo. Chegarás, primeiro, à região das Sereias, cuja voz encanta todos os homens que delas se aproximam. Se alguém, sem dar por isso, delas se avizinha e as escuta, nunca mais sua mulher nem seus filhos pequeninos se reunirão em torno dele, pois que ficará cativo do canto harmonioso das Sereias. Residem elas num prado, em redor do qual se amontoam as ossadas de corpos em putrefação, cujas peles se vão ressequindo. Prossegue adiante, sem parar; com cera doce com mel amolecida tapa as orelhas de teus companheiros, para que nenhum deles possa ouvi-las. Tu, se quiseres, ouve-as; mas, que em tua nau ligeira te atem pés e mãos, estando tu direito, ao mastro, por meio de cordas para que te seja dado experimentar o prazer de ouvir a voz das Sereias. Se acaso pedires e instares com teus homens que te soltem, que eles te prendam com maior número de ligaduras."

Homero, Ulisses

13/08/2008

Poesia

"ó subalimentados do sonho!
a poesia é para comer."
Natália Correia

01/08/2008

Se fosse assim tão fácil...




The wall that separates G.ho.st's Palestinian office in Ramallah from its office in the central Israeli town of Modiin." in New York Times